quarta-feira, 20 de junho de 2012

MercadoCom na Rio + 20

Por Tiberius Drumond

Além da Conferência das Nações Unidas, diversas entidades da sociedade civil fazem eventos paralelos no Riocentro durante a Rio+20. Ontem à noite, a MercadoCom acompanhou o debate realizado pela Associação Nacional de Biossegurança (ANBio) sobre “Agricultura Sustentável, Segurança de Alimentos e Biotecnologia“ (Sustainable Farming, Food Security and Biotechnology). Os principais pontos discutidos foram as novas tendências mundiais de pesquisas e análises desde 1992, as contribuições do setor público em prol da biotecnologia e a adoção de sementes modificadas geneticamente em lavouras. 

Entre os palestrantes estava o professor belga Marc Van Montagu, presidente da Federação Europeia de Biotecnologia (EFB) e da Iniciativa de Pesquisa e Regulação Pública (PRRI). Ele foi um dos descobridores do mecanismo de transferência de genes para as plantas, além de outras pesquisas de grande relevância científica.

Dr. Montagu alertou a sociedade sobre o perigo da desinformação: “Há uma mobilização contra a ciência”, advertiu. Ele ressaltou não ser cabível que a ciência seja paralisada por pura ideologia, sem base na realidade.

Também foram discutidos problemas relacionados à escassez de recursos hídricos e à falta de alimentos em países pobres. Durante o evento, foi reforçado a importância do trabalho da Embrapa para a solução dos problemas de pequenos agricultores. A entidade possui diversas pesquisas com Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), entre eles, alimentos resistentes à seca. Alguns já foram aprovados e outros ainda estão em fase de análise. O estudo sobre os alimentos mais resistentes à falta d´água é primordial para resolver  o problema da fome no nordeste brasileiro e em áreas semiáridas em diversas regiões do mundo.


Pesquisadores buscam soluções 
por meio da biotecnologia

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Coração tricolor

Por Rufino Carmona

O verde, o branco e o grená, as três cores que traduzem tradição, deram lugar a um tom meio acizentado desde o início da tarde da última sexta-feira. O coração tricolor parou. O mesmo coração que contaminou o meu de pó de arroz há quase 44 anos.


Dias difíceis. Tudo me faz lembrar daquele contra quem travei longas batalhas na vida. Parece incoerente. Mas não é. Travamos o bom combate. Passamos mais de 40 anos lutando para aceitarmos nossas diferenças. Mas nós vencemos. Não só as aceitamos, como pudemos viver dois anos que beiraram quase à perfeição.

Eu queria viver mais 20 anos perfeitos como esses dois. Mas será que precisava mesmo? Vimos, no último mês, jogos memoráveis do nosso tricolor. Fomos campeões do estado em dois jogos sensacionais diante do Botafogo. Conseguimos, com muito sofrimento, a vaga para as quartas de final da Libertadores diante do Internacional. E mesmo no empate com o Boca, em que fomos eliminados, sobrou emoção, emoção pura. Foi um jogasso. O último que vi com ele. Uma partida quase impecável do Fluminense, não fosse um passe magistral de um tal de Riquelme.

Mas nem só do Fluminense nós vivemos nesses dois anos. A troca de carinhos foi tamanha. Carinho esse resgatado lá do fundo do baú das noites em que ele chegava do trabalho e me levava para a cama e brincava comigo cantando um samba do Império Serrano que eu nunca vou esquecer. Tinha uma parte que falava assim: “cai, cai, cai, cai.....”. Nessa hora, ele me soltava e eu caía. Não precisa nem dizer que eu ria desesperadamente, como só uma criança pode rir.


E o que dizer das inúmeras vezes em que ele me enganava dizendo que tinha chupado cinco laranjas e eu dizia que queria seis então. E não é que ele me dava as seis? Malucão.


Pois bem, vivemos, depois de tantos anos, algo parecido desde o dia em que ele completou 70 anos, em 16 de fevereiro de 2010. Nesse dia, sem avisá-lo, eu fui lá em Maricá e dei um abraço nele pela data. Era o nosso reencontro, nossas pazes, depois de quase uma década sem nos falarmos.

De 16 de fevereiro de 2010 a 1º de junho de 2012, vivemos, eu e meu pai, um conto de fadas, regado a verde, branco e grená. Só não sei como vou conseguir assistir, hoje à noite, a Fluminense X Santos, o primeiro jogo a que o Rufininho vai assistir sem a presença do Rufa. Haja coração! Mas ele estará vendo junto comigo, pelo menos foi o que prometeu nos últimos jogos que vimos juntos no Engenhão.


Então, eu acho que vai dar tudo certo. Ainda mais que o Neymar nem vai estar em campo para atrapalhar.

Adeus, meu pai! Mas não fica muito longe não. Qualquer dia desses vamos encher este Céu do Senhor Deus com muito pó de arroz.


Olimpíada Brasileira de Astronomia na mídia