quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Gasto mais do que ganho!

Por Rufino Carmona

Você já ouviu aquela história de que não importa quanto uma pessoa ganhe, ela sempre gasta mais? Claro que não são todos que agem assim, mas, infelizmente, isso é mais comum do que imaginamos.

É evidente que quem recebe um salário mínimo por mês não consegue satisfazer todas as suas necessidades básicas. E então precisa complementar a renda de alguma outra forma.

Mas chega-se a um patamar salarial em que as necessidades básicas já estão satisfeitas, mas, mesmo assim, outros complementos salariais continuam sendo necessários, porque novas necessidades “não tão básicas assim” acabam se tornando básicas. Isso mesmo! Quem ganha R$ 1.000,00 gasta, pelo menos, R$ 1.200,00 por mês. Quem ganha R$ 5.000,00 gasta uns R$ 6.000,00 e quem ganha R$ 100.000,00 gasta por volta de R$ 120.000,00.

Talvez possamos pensar essa questão por diversos ângulos. Mas o primeiro que me vem à cabeça é o financeiro. Hoje em dia, fazer um orçamento tornou-se algo bastante simples. E é aquela velha história: você deve gastar sempre, no máximo, o que ganha mensalmente. E o ideal mesmo é gastar menos do que ganha e poupar o restante.

Mas talvez você esteja tentando essa façanha há muito tempo sem atingir seu objetivo. Então, certamente, deve haver algum outro jeito além do 2 mais 2 igual a 4. Gostaria de receber sugestões. Na semana que vem, pretendo sair desse trivial financeiro e tocar um pouco mais fundo nessa ferida.

Marcia Rodrigues na mídia



terça-feira, 23 de agosto de 2011

Reaprendendo a educar



Por Aristeo Leite Filho*

Houve época em que as crianças e os jovens eram predominantemente educados por seus pais, cabendo à escola exclusivamente ensinar-lhes os conteúdos escolares e suas regras institucionais.

Hoje, a situação é outra. Pais e mães trabalham fora e permanecem diariamente longo tempo afastados de seus filhos. Divididos, não conseguem resolver situações paradoxais do cotidiano e ao mesmo tempo em que se veem sem tempo para a tarefa de educar querem assumir, como seus pais, tal função. Dilema constante que fica sem solução.

A escola, por sua vez, recebe crianças e jovens para ensinar e, desta feita, educar. Uma mudança que nem sempre está presente nos cursos de formação de professores. Aqueles que, originalmente em suas licenciaturas, se preparavam profissionalmente para ensinar as ciências e as artes com didáticas e metodologias, hoje são exigidos no sentido de educar além de ensinar.

A escola passou a ser uma agência educativa em busca de uma nova identidade, que lhe exige um projeto inovador, diferente de tudo que já foi realizado desde o século XVII. Cabe a ela educar as crianças e os jovens de hoje para um mundo em constante mudança.

A imprevisibilidade do amanhã, juntamente com a concepção de criança não como adulto em miniatura ou como cidadão do futuro, mas como sujeito de Direitos – cidadã – demandam da escola uma nova configuração, uma instituição que está por ser reinventada.

Seus primeiros traços esboçam a necessidade de uma nova pedagogia “não preparatória”, “não escolaresca”, “não desconectada da realidade”. Já não cabe mais preparar crianças e jovens para o futuro incerto. Já não cabe mais valorizar somente os conteúdos escolares nos currículos. Já não cabe mais exigir apenas atenção e concentração no quadro de giz.

Os desafios que se colocam para a educação são outros. As crianças e os jovens têm que ser vistos pelo que são e não pelo que serão, pois, se queremos educá-los, precisamos partir do que são, do que eles sabem, do que eles já conhecem. Como ampliar seus conhecimentos e formá-los para que possam selecionar informações sem ter como ponto de partida a realidade deles?

Para educá-los, é necessário darmos liberdades e limites ao mesmo tempo, para que possam alçar voos maiores em busca da felicidade, que só se realizará com a felicidade dos outros.

Diante do individualismo reinante torna-se primordial educar tendo a alteridade como elemento chave. Sem os outros eu não sou ninguém. Como posso ser feliz com a infelicidade dos outros ao meu redor?

Para educá-los, é necessário municiá-los de habilidades e competências para uso imediato e de introjeção de valores permanentes que farão diferença em um futuro próximo. Nesse sentido, a escola deve valorizar o respeito ao bem comum, a cooperação e a importância do outro. Todos esses considerados contravalores na sociedade de consumo, efêmera, que vive de aparências, que privilegia o consumidor em detrimento do cidadão.

Educá-los exige-nos alegria de viver, de conviver, de aprender, de descobrir. Exige-nos saber primeiro como encorajá-los a descobrir novos conhecimentos para construir um novo modo de viver e de conviver.

*Diretor da Escola Oga Mitá

Mr. Lenha na mídia



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

“Cronistas do Futuro” no Engenhão a 15 graus

Foto: Ricardo Ramos

Por Rufino Carmona


Nós, cariocas, não suportamos temperaturas abaixo de 20 graus. Pois ontem, eu e a garotada do projeto “Cronistas do Futuro” que assistíamos ao clássico Vasco da Gama X Fluminense, no Engenhão, passamos por maus bocados. Apesar de todos devidamente agasalhados, sentíamos frio assim mesmo. O jogo parecia ser disputado no Polo Sul ou no Polo Norte. Qual deles é o mais frio? Se alguém souber, era nesse que nós estávamos!

O jogo? Bem, pelo menos nas quatro linhas, a partida até que foi bem quente. Lances de gol para ambos os lados no primeiro tempo e domínio tricolor no segundo.

O cronista Cláudio Lucas, de 11 anos, escolheu Rafael Moura como o melhor em campo e classificou a partida como um grande clássico: “O jogo teve todos os ingredientes de um grande clássico. Os times se respeitaram bastante no início. O Vasco foi prejudicado pela saída prematura do lateral esquerdo Julinho, que sofreu contusão nos primeiros minutos. O zagueiro Gum, do Fluminense, protagonizou a jogada mais bisonha da partida, que acabou originando no pênalti, que Juninho bateu e marcou. Mas o gol de Rafael Moura, aos 16 do 2º tempo acabou por fazer justiça ao domínio do Fluminense”.

O projeto “Cronistas do Futuro” é uma ação da Acerj (Associação dos Cronistas do Futuro do Estado do Rio de Janeiro) em conjunto com a Casa da Empada. A garotada se reúne todos os domingos no Engenhão para comentar os jogos e se deliciarem com as empadas no intervalo.

Domingo que vem, nada menos que Flamengo X Vasco, clássico de maior rivalidade aqui na Cidade Maravilhosa. E os “Cronistas do Futuro” vão assistir à partida mais agasalhados do que nunca!

Olimpíada de Astronomia na mídia






sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Visite o Teleférico do Alemão


Por Carlos Pinho e Rufino Carmona

Antes marcado pela violência e pelos desmandos do crime organizado, o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, respira novos ares e parece vislumbrar dias cada vez melhores. Em pouco mais de dois anos, quando começaram as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), não se pode negar que as mudanças foram impactantes. E a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), esse ano, trouxe algo que os moradores talvez nunca houvessem experimentado: PAZ.

O grande símbolo dessa transformação é um teleférico que liga a antiga estação de trem do bairro de Bonsucesso, agora totalmente remodelada, ao complexo de morros. O que era considerado área de risco, agora virou ponto turístico!


As obras do teleférico começaram em setembro de 2008. O projeto foi inspirado no sistema de Medelin, na Colômbia. O investimento ficou em R$ 210 milhões, um dos maiores do PAC, ainda na gestão do ex-presidente Lula.


Inaugurado em 7 de julho de 2011, pela presidenta Dilma Rousseff, o Teleférico do Alemão possui seis estações e 152 cabines, cada uma com capacidade para transportar até dez passageiros. A viagem, que começa na estação de Bonsucesso, passa pelos morros do Adeus, da Baiana e do Alemão, chegando ao Itararé e depois ao ponto mais alto, a estação Palmeiras. A duração é de cerca de 16 minutos.

Cada estação tem área de lazer para a criançada e vários painéis pintados por artistas locais. Tem um painel, lá nas Palmeiras, de um garoto com seu pião, que é de encher os olhos.


O cenário, lá do alto, é único, deslumbrante. O dia ensolarado abençoou ainda mais a paisagem, enquanto eu fotografava.   

A visita ao teleférico é gratuita até o fim desse mês. No momento, opera de segunda a sexta-feira, das 15h às 20h. A partir de setembro, vai funcionar todos os dias, das 5h à meia noite. Os moradores da comunidade, que se cadastrarem, terão direito a uma passagem de ida e volta diariamente. 


Cariocas e turistas: vale a pena conhecer a nova jóia rara da Cidade Maravilhosa. O Teleférico do Alemão quer recebê-lo de braços abertos, assim como o Cristo Redentor, que já abraça a todos há tantos anos! 

BarraPoint na mídia






quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os primeiros passos do samba


Quadro de Heitor dos Prazeres

Por Rodrigo Shampoo

No final do século XIX, a modinha, o lundu e o maxixe eram os ritmos musicais nacionais predominantes no cenário carioca, juntamente com os ritmos estrangeiros como a valsa, a polca e a música erudita, muito apreciada pela elite. Com a abolição da escravatura, os negros livres se reuniam nos grandes centros urbanos para dançar e cantar em cultos religiosos de origem africana, preservando sua cultura adaptada à realidade brasileira. Normalmente, os terreiros onde aconteciam essas reuniões eram as casas das tias baianas. E a mais famosa delas foi a da Tia Ciata. Lá, se reuniam também alguns nomes da música brasileira ainda desconhecidos.


Tia Ciata e Tia Josefa

Por ser a capital do Brasil, o Rio de Janeiro atraiu migrantes de todas as partes do país, tornando-se um verdadeiro emaranhado de raças e culturas. O estado desenvolveu então uma música própria, que reunia influências de quase todas as regiões do país. Essa união de pessoas de diversas raças e culturas ocorria em diversas camadas da sociedade, “desde a Casagrande à Senzala”. Foi justamente essa junção de culturas regionais que trouxe os instrumentos das zonas rurais de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e os tambores da Bahia para se unirem aos cultos religiosos de origem africana.

E foi assim que nasceu o samba, em um cenário controverso, pois os ritmos que faziam parte da sua construção, a modinha, o choro, a marcha, o maxixe, o jongo e o lundu, ao mesmo tempo em que eram tocados em grandes salões, em casa de políticos e de intelectuais, eram também renegados por boa parte da elite e perseguidos pela polícia. O samba passou realmente a ganhar força como música nacional com o movimento modernista iniciado por Mario de Andrade e Oswald de Andrade e defendido também por Gilberto Freyre, Graça Aranha, Sílvio Romero, Lima Barreto, Afonso Arinos, entre outros, que buscavam uma valorização da “coisa brasileira”. Os ritmos nacionais, a cultura negra, o mulato e o mestiço foram os principais beneficiados por esse movimento, que seria responsável por uma “reviravolta”, que deixou de lado o vanguardismo internacional para valorizar uma imagem de cultura nacional.


Ao longo da história, há vários relatos sobre encontros de intelectuais, fazendeiros, políticos, aristocratas, escritores e outros membros da elite com músicos das camadas mais populares. Essas reuniões foram fundamentais para o surgimento de ritmos genuinamente brasileiros, como o samba, e, mais tarde, para a transformação deste samba em símbolo da identidade nacional.

Os primeiros registros desses encontros começam no final do século XVIII, com a invenção da modinha. Segundo o historiador Hermano Vianna, “José Ramos Tinhorão, um dos mais importantes historiadores da música popular brasileira, descreve a modinha como um ritmo nacional inventado por mulatos das camadas populares de se tocar canções líricas portuguesas”. As modinhas normalmente abordavam temas amorosos e eram acompanhadas por instrumentos de corda como o violão ou o bandolim.


Após a independência do Brasil, a modinha passou a ser parte integrante da corte, mesmo ainda mal vista por boa parte da nobreza. Mesmo assim, abriu as portas para a entrada do lundu na corte de Dom Pedro I. Em meados do século XIX, a renovação da modinha teve participação de vários segmentos da sociedade brasileira. Como conta Gilberto Freyre: “A modinha foi um grande agente musical de unificação brasileira, cantada, como foi, no Segundo Reinado, por uns ao som do piano, no interior das casas nobres e burguesas, por outros, ao som do violão, ao sereno ou à porta até de palhoças”.

Catulo da Paixão Cearense

Catulo da Paixão Cearense foi um bom exemplo da unificação das classes populares com a elite. Teve papel fundamental na mediação das classes sociais. Foi durante a belle époque carioca, entre 1898 e 1914 – um período em que a elite tentava pôr fim ao Brasil antigo, um Brasil “africano”, endeusando o modelo de civilização parisiense – que Catulo da Paixão Cearense e o violonista João Pernambuco conquistaram a elite com músicas regionais. Suas modinhas faziam sucesso nas reuniões lítero-musicais e nos saraus nas casas de políticos e de intelectuais, e até mesmo no Palácio do Catete.

Ainda assim, com o sucesso alcançado pela música sertaneja e pela modinha, os ritmos europeus e norte-americanos dominavam os salões durante os carnavais. Apesar do domínio estrangeiro, o repertório da folia brasileira era bem variado, ía desde o lundu, o maxixe e o xote à valsa, ao foxtrote e à polca. Essa mistura de música estrangeira com alguns ritmos nacionais imperou por décadas nos carnavais até o samba se consolidar, em meados da década de 1930.

Margutta na mídia




quarta-feira, 17 de agosto de 2011

À vista ou a prazo?



Por Rufino Carmona

Conheço muita gente que diz o seguinte: “Compro tudo à vista. Nunca fiz uma prestação na vida e nem tenho cartão de crédito”. Quem sou eu para discordar dessas pessoas. Se conseguem viver bem dessa maneira devem seguir nesse mesmo rumo. Mas a questão não é dizer quem está certo ou errado, até porque, nessa história, não existe nada que seja absolutamente certo nem absolutamente errado.

A grande questão é tentarmos visualizar a situação por diferentes ângulos e chegarmos à conclusão sobre qual o melhor caminho para percorrermos. Em primeiro lugar, é indiscutível que, ao parcelar uma compra, o estabelecimento embute juros, apesar de afirmar o contrário.

Como é possível se pagar uma mercadoria à vista pelo mesmo preço do que em dez vezes? Então, gente, quando optar pelo pagamento à vista, você deve pedir um bom desconto. Geralmente, as lojas oferecem entre 3% e 5%, se você pedir, é claro. Se não pedir, vai pagar o mesmo que a prazo.

Mas, no meu entender, o desconto deveria ser de, no mínimo, 10%. Os juros brasileiros são tão altos que a perda desse lojista quando vende em prestações certamente é muito superior a 10%. E quem disse que ele perde?

Então já sabemos que o pagamento à vista precisa ser bem recompensado. Agora, se você sabe controlar suas despesas e trabalha bem com o cartão de crédito e com o cheque especial, as parcelas são muito bem vindas sim. Você pode adquirir um bem, que não teria como pagar à vista, parcelando por vários meses.

Como eu já ressaltei em outras colunas, ter crédito é muito bom e muito saudável para a economia como um todo. Quando compramos, ainda mais a crédito, isso impulsiona os empresários a investirem mais, o que gera mais empregos e mais vendas e novamente mais empregos e mais vendas e assim por diante. É um circulo virtuoso. O crédito alavanca a economia, gera riqueza, renda e, em conseqüência, empregos.

Mas se você, apesar de não saber usar muito bem o crédito, mesmo assim não consegue guardar dinheiro para comprar à vista? Uma boa solução é pedir a orientação de um membro da família que tenha mais familiaridade com o assunto ou mesmo o seu gerente do banco. Mas se for ao gerente, cuidado para ele não vender para você seguros, títulos de capitalização e um montão de outros produtos e serviços de que você não esteja precisando no momento.

Enfim, não existe uma resposta certa para a pergunta proposta no título dessa postagem “À vista ou a prazo?”. Quem decide é você. Então, já que é assim, decida bem!

Sling Training na mídia