Por Rufino Carmona
Conheço muita gente que diz o seguinte: “Compro tudo à vista. Nunca fiz uma prestação na vida e nem tenho cartão de crédito”. Quem sou eu para discordar dessas pessoas. Se conseguem viver bem dessa maneira devem seguir nesse mesmo rumo. Mas a questão não é dizer quem está certo ou errado, até porque, nessa história, não existe nada que seja absolutamente certo nem absolutamente errado.
A grande questão é tentarmos visualizar a situação por diferentes ângulos e chegarmos à conclusão sobre qual o melhor caminho para percorrermos. Em primeiro lugar, é indiscutível que, ao parcelar uma compra, o estabelecimento embute juros, apesar de afirmar o contrário.
Como é possível se pagar uma mercadoria à vista pelo mesmo preço do que em dez vezes? Então, gente, quando optar pelo pagamento à vista, você deve pedir um bom desconto. Geralmente, as lojas oferecem entre 3% e 5%, se você pedir, é claro. Se não pedir, vai pagar o mesmo que a prazo.
Mas, no meu entender, o desconto deveria ser de, no mínimo, 10%. Os juros brasileiros são tão altos que a perda desse lojista quando vende em prestações certamente é muito superior a 10%. E quem disse que ele perde?
Então já sabemos que o pagamento à vista precisa ser bem recompensado. Agora, se você sabe controlar suas despesas e trabalha bem com o cartão de crédito e com o cheque especial, as parcelas são muito bem vindas sim. Você pode adquirir um bem, que não teria como pagar à vista, parcelando por vários meses.
Como eu já ressaltei em outras colunas, ter crédito é muito bom e muito saudável para a economia como um todo. Quando compramos, ainda mais a crédito, isso impulsiona os empresários a investirem mais, o que gera mais empregos e mais vendas e novamente mais empregos e mais vendas e assim por diante. É um circulo virtuoso. O crédito alavanca a economia, gera riqueza, renda e, em conseqüência, empregos.
Mas se você, apesar de não saber usar muito bem o crédito, mesmo assim não consegue guardar dinheiro para comprar à vista? Uma boa solução é pedir a orientação de um membro da família que tenha mais familiaridade com o assunto ou mesmo o seu gerente do banco. Mas se for ao gerente, cuidado para ele não vender para você seguros, títulos de capitalização e um montão de outros produtos e serviços de que você não esteja precisando no momento.
Enfim, não existe uma resposta certa para a pergunta proposta no título dessa postagem “À vista ou a prazo?”. Quem decide é você. Então, já que é assim, decida bem!
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