Os estudantes selecionados para a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês) e para a Latino-Americana (OLAA) participaram de treinamento intensivo com astrônomos, com ex-participantes de olimpíadas e com acadêmicos na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais, durante uma semana inteira.
As aulas foram coordenadas pelos professores Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR); Luciana Antunes Rios, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Julio Klafke, da Universidade Paulista (UNIP); Pâmela Marjorie C. Coelho, coordenadora da Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog); e pelos estudantes universitários Rafael Tafarello (USP) e Júlio César Campagnolo (Observatório Nacional).
O programa foi dividido em grupos de estudos, oficinas de atividades e observação do céu noturno com instrumento e de maneira panorâmica a olho nu. Os jovens aprenderam a montar e a manusear um telescópio newtoniano, fizeram simulados de provas anteriores e tiveram aulas de ciências espaciais, como, por exemplo, astronomia de posição e análise de dados.
Os alunos da OLAA ainda aprenderam a construir foguetes à base de garrafas pet. Além desse material, ainda foram usados papelão, para serem usados como aletas, bexiga e tecido TNT. A base de lançamento dos protótipos foi elaborada com cano de PVC, bico de bicicleta, mangueira de aquário e arame.
No início, os alunos tiveram dificuldade para preparar a base. Mas não demoraram a aprimorar a habilidade ao manusear o arame e o cano de PVC. Segundo a coordenadora da Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog), Pâmela Marjorie Coelho, o mais importante é que eles ajudassem uns aos outros: "Isso será fundamental no dia da avaliação. Os mais ágeis auxiliam os com mais dificuldades”, explica a coordenadora, que também é membro da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
O lançamento de foguetes é uma das provas da OLAA com bastante peso na pontuação. Exige muita concentração, habilidade e disponibilidade para o trabalho em equipe. Os participantes são avaliados em grupo e individualmente.
A Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA 2012) acontecerá na cidade de Vassouras (RJ), entre os dias 4 e 14 de agosto. O Brasil levará duas equipes, já que será a sede da competição. O país será representado pelos alunos Breno Leví Corrêa (Viçosa, MG), Fabio Kenji Arai (São Paulo, SP), Gabriela Fernandes Martins (São Carlos, SP), Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho (Lins, SP), Juliane Trianon Fraga (São Paulo, SP), Karoline Carvalho Burgüer (Limeira, SP), Matheus Saraiva Valente Rosado (Fortaleza, CE), Murilo Freitas Yonashiro Coelho (São Paulo, SP), Onias Castelo Branco Silveira (Fortaleza, CE) e Pedro Rangel Caetano (Votorantim, SP).
Já a Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA 2012) será na cidade de Barranquilla, na Colômbia, entre os dias 9 e 15 de setembro. O grupo será formado pelos estudantes Amanda Seraphim Pedarnig (Valinhos, SP), Larissa Fernandes de Aquino (Olinda, PE), Luis Fernando Machado Poletti Valle (Guarulhos, SP), Victor Venturi (Campinas, SP) e Weslley de Vasconcelos Rodrigues da Silva (Teresina, PI).
Para participar das duas olimpíadas, o candidato precisa de uma excelente pontuação na prova da OBA. Em seguida, participa das seletivas e ainda passa por uma outra etapa. Depois de todo esse processo, os classificados fazem um treinamento intensivo com vários astrônomos, como o que aconteceu na cidade de Passa Quatro.
Segundo o Dr. João Canalle, coordenador nacional da OBA, a iniciativa motiva os estudantes a despertar o interesse pela astronomia: “Nossa área é muito carente de profissionais especializados e dispomos de pouquíssimos professores formados. As olimpíadas científicas surgem com o objetivo de atrair não só os jovens, mas também os futuros mestres em astrofísica”.
Organização
A IOAA é reconhecida pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês). A organização da competição exige que cada país se comprometa a sediar uma edição da olimpíada, arcando com todas as despesas relativas ao evento, que recebe apoio de diferentes setores da sociedade.
Fundada na cidade de Montevidéu, Uruguai, a OLAA acontece desde 2009 e é coordenada por astrônomos brasileiros, argentinos, uruguaios e outros países da América Latina. Já a OBA é organizada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). O grupo responsável é constituído pelos astrônomos João Batista Garcia Canalle (UERJ), Thaís Mothé-Diniz (UFRJ), Helio Jacques Rocha-Pinto (UFRJ), Jaime Fernando Villas da Rocha (UNIRIO) e pelo engenheiro aeroespacial José Bezerra Pessoa Filho (IAE).
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