Olhe para o céu em
2015
Ano será repleto de fenômenos
astronômicos visíveis a olho nu
O
ano de 2015 trará ótimas oportunidades para admirar o céu à noite, prato cheio
para quem tem luneta ou telescópio em casa. Mas se você não tem esses
equipamentos, não se preocupe. Haverá fenômenos astronômicos que poderão ser
facilmente observados a olho nu no Brasil. Para não perdê-los de vista, fique
atento às dicas do professor Jair Barroso, pesquisador do Observatório Nacional
e colaborador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
Segundo
o astrônomo, logo no começo de fevereiro, será possível identificar com
facilidade o maior planeta do sistema solar: Júpiter. Um dos mais brilhantes do
céu noturno, o planeta apresenta, em geral, um tom ligeiramente amarelado.
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A oposição de Júpiter se dará em 6 de fevereiro, quando ocorrerá
o alinhamento: Sol-Terra-Júpiter. Isso permitirá que ele chame bastante a
atenção dos observadores, pois será visível durante quase toda a noite. Além
disso, no dia 3, ele estará em conjunção com a Lua. Ou seja,
"próximo" ao nosso satélite natural, ajudando ainda mais na sua
identificação - revela.
Barroso
diz que em fevereiro será possível ver outro planeta conhecido: Saturno. Famoso
pelos seus anéis, o astro poderá ser visto de madrugada, no lado nascente, na
constelação do Escorpião. “E em 13 de fevereiro, antes de clarear o dia, a
Lua vai compor com o planeta e a estrela Antares (o coração do Escorpião) um
belo triângulo no céu”.
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Para facilitar a identificação, Antares estará à direita da Lua. E Saturno vai
estar acima. Essa posição vai valer praticamente para todo o Brasil. Ao
visualizar o fenômeno, seguindo as estrelas à direita da Lua e de Saturno, será
possível observar facilmente a forma estilizada do Escorpião - diz.
Outro
acontecimento com boa visibilidade envolverá Vênus, conhecido como Vesper, no
poente, após o pôr do Sol, ou como Estrela Dalva, devido à sua aparição no
leste, antes do nascer do Sol. Jair explica que no momento o planeta vem saindo
de trás do Sol. Mas o seu afastamento vem aumentando progressivamente,
tornando-o facilmente visível em breve. “No dia 6 de junho, teremos sua
elongação máxima (maior ângulo Terra-Sol-Vênus) nessa temporada, 45°, no
poente, o que favorecerá a sua observação”.
Mas
não só de planetas ou cometas vivem os belos fenômenos astronômicos. De acordo
com Barroso, a Lua, em seu passeio mensal pelo zodíaco, sempre reserva ótimas
situações para observação, como, por exemplo, conjunções com importantes
estrelas. Uma delas se dará com a gigante vermelha Aldebaran, a mais brilhante
da constelação do Touro. Nosso satélite passará no final de janeiro, a 29, bem
"perto" dela no céu no lado norte, visível já ao escurecer.
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Também conseguiremos ver as chamadas “Três Marias”, que formam o cinturão de
Órion, olhando nas proximidades da conjunção acima. Por meio desses eventos, as
pessoas poderão conhecer melhor o desenho de conhecidas constelações, ao menos
suas estrelas principais – sugere.
O
astrônomo diz ainda que no dia 28 de setembro acontecerá um eclipse lunar
total. Isso acontece quando a Lua “passa” pela sombra do nosso planeta no
espaço, chamada de umbra.
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Nessa região, ela recebe somente a luz refratada e filtrada pela atmosfera
terrestre proveniente do Sol. Isso dá ao nosso satélite, em boa parte dos
eclipses, uma tonalidade avermelhada, de forma mais ou menos acentuada conforme
a composição de nossa atmosfera na ocasião - explica.
Barroso
sugere que as pessoas tentem observar o céu noturno e se familiarizem com sua
aparência. Isso ajuda a entender como os astros se movimentam. “Sempre que
possível, acompanhe esses acontecimentos nos dias anteriores e posteriores a
eventos e repare o quanto os astros se deslocam. É um ótimo exercício para
mente e um ‘colírio’ para os olhos”.
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