quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Brasil faz história em Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica

Da esquerda para a direita: Renner Lucena, Ana Schuch, Gustavo Guedes, Leonardo Martins e Vítor Gomes (Foto: Carlos Pinho)
O Brasil brilhou intensamente na VII Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (VII OLAA), realizada entre os dias 27 de setembro e 04 de outubro, nas cidades do Rio de Janeiro e de Barra do Piraí (RJ). Nossa delegação de estudantes ficou em 1º lugar no quadro geral de medalhas, com quatro de ouro e uma de prata. Foi o melhor resultado, até hoje, entre todas as edições do evento.

O ouro ficou com os estudantes Gustavo Guedes Faria (São José dos Campos, SP), Vítor Gomes Pires (São Paulo, SP), Renner Leite Lucena (Fortaleza, CE) e Ana Paula Lopes Schuch (Porto Alegre, RS). Já o jovem Leonardo Henrique Martins Florentino (São Paulo, SP) levou a prata. À frente do grupo brasileiro, estavam os professores Júlio César Klafke (Universidade Paulista, UNIP) e Thiago Paulin Caraviello (Colégio Etapa).

Mas as conquistas não pararam por aí. Gustavo Guedes teve a maior nota geral entre todos os participantes e, empatado com Vítor Gomes, faturou a premiação especial de melhor prova por equipes. Já Ana Paula fez a melhor prova individual.

Essa foi a terceira vez em que o Brasil sediou o evento. Com o resultado, chegamos, no total das sete olimpíadas, à marca de 20 medalhas de ouro, 13 de prata e duas de bronze. A OLAA reuniu 38 alunos do ensino médio de oito países da América Latina: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Paraguai e Uruguai. Todos se classificaram por meio das olimpíadas nacionais de astronomia e astronáutica de seus respectivos países.
  
A OLAA

A abertura da VII OLAA e a prova de planetário foram realizadas no Planetário da Gávea, na cidade Rio de Janeiro. De lá, as delegações seguiram para o Hotel Fazenda Ribeirão, na cidade de Barra do Piraí, onde ocorreram as demais atividades. O programa contou com visitas ao Observatório do Pico dos Dias (Brazópolis, MG) e ao Pão de Açúcar.

Delegações reunidas no Planetário da Gávea

As provas da olimpíada foram divididas em teoria, prática e reconhecimento do céu. A prova teórica foi realizada em duas etapas, individual e em grupo, mesclando as delegações. Os estudantes ainda participaram de uma competição de lançamento de foguetes em grupos multinacionais. Houve ainda avaliações individuais que exigiram o reconhecimento do céu real e o manuseio de telescópio. 

Dr. João Batista Canalle em visita ao Observatório Nacional

Segundo o Dr. João Batista Garcia Canalle, presidente da OLAA e coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), a olimpíada científica promoveu o intercâmbio de conhecimentos entre os alunos e o de experiências didáticas entre os professores que lideraram os grupos. "Por meio de iniciativas como a OLAA, desejamos unir as nações, fomentar e popularizar a astronomia e a astronáutica entre os países participantes e despertar o interesse nos jovens pela astronomia e pelas ciências aeroespaciais”, destaca. 

- O objetivo principal não é a competição entre países. A OLAA é uma grande oportunidade de integração internacional entre as nações que estiveram aqui reunidas – reforça.

A olimpíada latino-americana é a única modalidade internacional a realizar provas em que alunos de diferentes países são avaliados também em grupos multinacionais. Além disso, é a única olimpíada que obriga que os grupos sejam de ambos os gêneros. “Queremos dar oportunidades a meninos e meninas de participarem”.

Lançamento oficial de foguetes

- Ao promover as provas em grupos multinacionais, o objetivo é mostrar aos participantes que a ciência se faz em grupos e entre pessoas de diferentes países. Esta é a filosofia das provas, tanto a teórica quanto a de foguetes – ressalta o astrônomo.


A expectativa para 2016 é de que o número de países participantes aumente. O Peru é um dos postulantes, tendo enviado, nesta edição, o professor Rafael Reyes para conhecer o evento. A VIII OLAA já tem o seu país-sede definido: a Argentina.

Preparação

Para os líderes da delegação brasileira, o resultado expressivo tem uma explicação: a preparação dos jovens. Os alunos olímpicos participaram de uma série de treinamentos. Eles estudaram com especialistas no Observatório Abrahão de Moraes, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Depois, conheceram e aprenderam mais sobre a disciplina no Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Brazópolis (MG). As aulas tinham como objetivo intensificar a preparação dos alunos.

Como participar

Para participar de uma das equipes internacionais, o candidato precisa inicialmente de uma excelente pontuação na prova nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Em seguida, é preciso fazer as seletivas online. E, caso seja classificado, o estudante realiza uma prova final presencial.

Depois de todo esse processo, os selecionados para compor as equipes realizam treinamentos intensivos, em que aprendem a operar telescópios, a construir foguetes e bases de lançamento e aprimoram seus conhecimentos sobre astronomia.

Organização

A comissão realizadora da OLAA 2015 foi composta pelas seguintes instituições: Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA - www.oba.org.br); Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ - www.uerj.br); Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST - www.mast.br); Observatório Nacional (ON/MCTI - www.on.br); Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro (www.planetariodorio.com.br); Universidade Paulista (UNIP - www3.unip.br); Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE - www.inpe.br); Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE-  www.iae.cta.br); Agência Espacial Brasileira (AEB - www.aeb.gov.br).        

Fundada na cidade de Montevidéu, no Uruguai, a partir de uma proposta do Brasil, a OLAA acontece desde 2009 e é coordenada por astrônomos de vários países. Já a OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Hotsite da OLAA:

Site da OBA: http://www.oba.org.br

O resultado histórico conquistado pelos estudantes brasileiros ganhou destaque em diversos veículos. Confira alguns deles:












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