Por Rufino Carmona*
Aprendemos,
um dia, que somos bem e mal. Não há uma pessoa sequer na face da Terra que não
tenha, ao menos, um pensamento ruim por dia. Isso não quer dizer que ela
necessariamente irá praticá-lo. Mas, mesmo nas vezes que põe em prática, isso
não a torna menos humana do que quem quer que seja.
E
como somos bem e mal, uns estão mais inclinados para a seara do bem e outros,
para a do mal. Mas nada é absoluto e essas inclinações mudam muito durante a
vida, de acordo com cada contexto por que passamos.
Claro
que ao vir uma ideia má na cabeça, sempre ou quase sempre, podemos optar por um
caminho mais árduo, mais demorado para nos levar geralmente ao mesmo lugar e, o
que é melhor, sem culpa no coração. Mas isso já é outra história.
Agora,
vou dar um pulinho lá nas nossas instituições e corporações. Pois bem, muito se
fala que a polícia é corrupta, que todo político é corrupto etc.
Mas
a ideia que vale para o ser humano, vale igualmente para essas instituições.
Como a corrupção poderia ser absoluta? Mesmo essas profissões, tão mal vistas
pelo povo, deveriam ser mais respeitadas. Não estou defendendo que tapemos o
rosto para os maus policiais e para os maus políticos. Mas que procuremos
valorizar também os bons. E olha que existem muitos. Só não sei precisar se são
a maioria ou se são a minoria.
E
sabe por que eu não sei quantificar? Porque o bem não faz alarde de seus
feitos. Até porque, quem faz o bem, por livre e espontânea vontade, nem liga
para o que o outro pensa e não faz a mínima questão que saiba que pratica o
bem. Ele se preocupa é com a correção, com a ética. Apenas isso.
Mas
as próprias ações das pessoas do bem são determinantes para construir em torno
dela essa áurea que contagia o próximo. Não que ela seja do bem o dia todo. Mas
é o bem que prevalece em sua conduta. E o que ainda está regredido, ela busca,
sabiamente, melhorar. Mas sem barulho, sem alarde.
Já
o mal, meu amigo, esse grita, esbraveja, berra. Ele, o mal, faz proselitismo de
seus feitos todos os dias. É por isso que achamos que existe mais mal do que
bem nesse mundo.
Mas
alto lá! Eu não acredito nessa “balela”. Para mim, mesmo que pareça muito
filosófico, existe muito mais bem do que mal na face da Terra.
E
um dia, um belo dia, todos terão certeza disso e vão se espelhar nesse bem para
fazer as coisas mais simples da vida e, é claro, as mais complexas também, com
todo o empenho necessário.
Porque
se é para fazer, que façamos sempre o melhor. Menos que o melhor é perda de
tempo. E alguém gosta de perder tempo?
*jornalista que procura ser
mais bem do que mal, mas que nem sempre consegue.
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