Por Carlos Pinho
No início de 2012, com a
saída do diretor executivo, Rodrigo Caetano, a diretoria do Vasco da Gama
resolveu escrever o roteiro de um filme. As primeiras páginas já davam a tônica
de um enredo que se rechearia com trapalhadas, intrigas, drama nas
arquibancadas e muito terror dentro de campo. Não teve suspense, pois, no
fundo, todos já sabiam onde, mais cedo ou mais tarde, acabaria a trama.
Rodrigo Caetano teve papel
central no projeto que levaria o Vasco de volta à elite do futebol brasileiro,
em 2009, e na montagem do elenco vencedor da Copa do Brasil de 2011. Ademais,
conseguia, como poucos (em se tratando de Vasco), “blindar” o vestiário da
efervescência política e da rede de boatos que rondam o clube. As dificuldades
financeiras não deixaram de existir com ele, mas o foco era outro: a luta por
títulos.
A saída dele - por conta de
divergências que diziam respeito, entre outros pontos, à forma como as divisões
de base eram conduzidas – desmantelou toda uma estrutura exitosa que tinha tudo
para render ainda mais frutos.
Se, em 2011, o vascaíno
viveu uma lua de mel com o time, 2012 já colecionaria uma série de trapalhadas.
A incompetência em conseguir as tão suplicadas certidões negativas de débito, o
desmanche de um elenco vencedor, a insistência em atribuir todo insucesso à “herança
maldita” da gestão de Eurico Miranda, o sucateamento do clube, contratações
equivocadas e os atrasos salariais recorrentes. Só para citar algumas mancadas,
pois a lista é muito mais extensa.
Todos esses fatores foram
evidenciando a incapacidade do mandatário do clube, Roberto Dinamite, de
aprender com o passado – bem recente, por sinal – e o seu despreparo. Para
piorar, viu-se isolado politicamente, com a debandada dos outrora aliados da
sua diretoria e o crescimento de uma oposição fragmentada e conturbadíssima. O
desfecho não poderia ser outro: mais um rebaixamento, o segundo em cinco anos
(ambos com Dinamite no comando).
Em meio à tempestade, eis a
pergunta que povoa o hall das indagações de cada vascaíno: o que esperar de
2014? Eu, sinceramente, não sei. Os rumos políticos do cruzmaltino – que terá
eleição ainda sem data definida – cantarão a pedra sobre como será o amanhã em
São Januário. Uma coisa é certa: o Vasco vai precisar da união de forças para
se reerguer.
Por fim, deixo alguns questionamentos
para você, torcedor do Gigante da Colina, de tantas histórias e glórias: de
agora em diante, como você verá Roberto Dinamite? Como separar o ídolo do
presidente? Será que a sua idolatria está ameaçada?
Vejamos a sequência dessa saga...
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