A
prática da leitura é uma atividade capaz de prover, ao mesmo tempo, prazer e
conhecimento. Por meio dela, abre-se um mundo de descobertas e a possibilidade
de enxergar uma mesma questão por diferentes ângulos. No Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM), ela é fundamental para se obter um bom resultado em
Literatura, matéria que integra a prova de Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias.
A
professora Isabel Cristina Alves, da escola Garriga de Menezes, recomenda que o
candidato foque os estudos nas figuras de linguagem, em ambiguidade, na
intertextualidade, nos gêneros literários e nos conceitos de conotação,
explorando o que a literatura brasileira já produziu de mais emblemático. Nesse
sentido, ela selecionou algumas obras consideradas indispensáveis na preparação
para o Enem.
Poesias
de Gregório de Matos
Considerado
o verdadeiro iniciador da literatura no país, Gregório de Matos é o primeiro
poeta a contar sobre fatores genuinamente brasileiros, como, por exemplo, o
local, as relações sociais e a geografia. Gregório era chamado de “Boca do
Inferno” por escrever poesias satíricas e eróticas de baixo calão, além de
críticas à sociedade no século XVII. Paradoxalmente, ele também se dedicou à
poesia lírica e sacra (religiosa).
Iracema,
de José de Alencar
A obra, publicada em
1865, conta a história da índia Iracema, que se apaixona pelo colonizador
português Martim, tido como inimigo de sua tribo. Mesmo fugindo juntos para
viverem o romance, sofrem grandes percalços. Representando a dimensão mítica e
a busca pela criação e valorização de uma identidade nacional, típicas da fase
indianista do Romantismo brasileiro, o autor faz uso do estilo de prosa poética
e apresenta, por meio do enredo, a miscigenação entre os índios e os
portugueses no cenário histórico do século XVII.
Dom
Casmurro, de Machado de Assis
Na obra realista, o seu protagonista, Bento de Albuquerque Santiago, membro
da elite carioca do século XIX apelidado, em sua velhice, de Dom Casmurro, narra as suas memórias, abordando as
temáticas do amor, do ciúme e da traição. O eixo que se torna central na trama
é o relacionamento do narrador-personagem com a sua amada, Capitu. No entanto,
a felicidade do casal é abalada por não conseguir ter um filho e por ver
Escobar, melhor amigo de Bento, ter uma filha com sua esposa, Sancha. Através
dessa estrutura de narrativa, Machado de Assis apresenta
um olhar crítico sobre toda a sociedade brasileira.
Depois de um tempo, Capitu consegue engravidar. O que seria
uma alegria vira motivo de preocupação na vida de Bento, pois suspeita, mesmo
sem provas incontestáveis, de que a criança é fruto de uma traição de Capitu
com Escobar.
O Cortiço, de Aluísio Azevedo
A história acontece em dois locais diferentes, o cortiço do
João Romão e o sobrado do Barão Miranda, representando os explorados e a elite
brasileira
respectivamente. O autor usa o livro para denunciar as mazelas sociais, as
relações sociais e de poder do fim do século XIX. O objetivo da obra era
se afastar da visão do romantismo e marcar o movimento literário
Realista-Naturalista.
Vidas
Secas, de Graciliano Ramos
A vida difícil de uma família de retirantes sertanejos, que
precisam se deslocar para áreas menos castigadas pela seca. Esse é o tema
central da obra, que pertence à segunda fase modernista. Mostrando a
desumanização provocada pela seca, o estilo áspero utilizado pelo autor serve
para transmitir a precariedade do ambiente e os efeitos do sertão árido nos
personagens.
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