sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ENEM: Obras essenciais para entender a literatura brasileira


A prática da leitura é uma atividade capaz de prover, ao mesmo tempo, prazer e conhecimento. Por meio dela, abre-se um mundo de descobertas e a possibilidade de enxergar uma mesma questão por diferentes ângulos. No Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), ela é fundamental para se obter um bom resultado em Literatura, matéria que integra a prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.

A professora Isabel Cristina Alves, da escola Garriga de Menezes, recomenda que o candidato foque os estudos nas figuras de linguagem, em ambiguidade, na intertextualidade, nos gêneros literários e nos conceitos de conotação, explorando o que a literatura brasileira já produziu de mais emblemático. Nesse sentido, ela selecionou algumas obras consideradas indispensáveis na preparação para o Enem.

Poesias de Gregório de Matos
Considerado o verdadeiro iniciador da literatura no país, Gregório de Matos é o primeiro poeta a contar sobre fatores genuinamente brasileiros, como, por exemplo, o local, as relações sociais e a geografia. Gregório era chamado de “Boca do Inferno” por escrever poesias satíricas e eróticas de baixo calão, além de críticas à sociedade no século XVII. Paradoxalmente, ele também se dedicou à poesia lírica e sacra (religiosa).

Iracema, de José de Alencar
A obra, publicada em 1865, conta a história da índia Iracema, que se apaixona pelo colonizador português Martim, tido como inimigo de sua tribo. Mesmo fugindo juntos para viverem o romance, sofrem grandes percalços. Representando a dimensão mítica e a busca pela criação e valorização de uma identidade nacional, típicas da fase indianista do Romantismo brasileiro, o autor faz uso do estilo de prosa poética e apresenta, por meio do enredo, a miscigenação entre os índios e os portugueses no cenário histórico do século XVII.

Dom Casmurro, de Machado de Assis
Na obra realista, o seu protagonista, Bento de Albuquerque Santiago, membro da elite carioca do século XIX apelidado, em sua velhice, de Dom Casmurro, narra as suas memórias, abordando as temáticas do amor, do ciúme e da traição. O eixo que se torna central na trama é o relacionamento do narrador-personagem com a sua amada, Capitu. No entanto, a felicidade do casal é abalada por não conseguir ter um filho e por ver Escobar, melhor amigo de Bento, ter uma filha com sua esposa, Sancha. Através dessa estrutura de narrativa, Machado de Assis apresenta um olhar crítico sobre toda a sociedade brasileira.

Depois de um tempo, Capitu consegue engravidar. O que seria uma alegria vira motivo de preocupação na vida de Bento, pois suspeita, mesmo sem provas incontestáveis, de que a criança é fruto de uma traição de Capitu com Escobar.

O Cortiço, de Aluísio Azevedo
A história acontece em dois locais diferentes, o cortiço do João Romão e o sobrado do Barão Miranda, representando os explorados e a elite brasileira respectivamente. O autor usa o livro para denunciar as mazelas sociais, as relações sociais e de poder do fim do século XIX.  O objetivo da obra era se afastar da visão do romantismo e marcar o movimento literário Realista-Naturalista.

Vidas Secas, de Graciliano Ramos
A vida difícil de uma família de retirantes sertanejos, que precisam se deslocar para áreas menos castigadas pela seca. Esse é o tema central da obra, que pertence à segunda fase modernista. Mostrando a desumanização provocada pela seca, o estilo áspero utilizado pelo autor serve para transmitir a precariedade do ambiente e os efeitos do sertão árido nos personagens.

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