sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Futebol de R$ milhões de interesses


Por Carlos Pinho

O noticiário do futebol está agitado por conta da briga pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro no triênio 2012-2014. Na última quarta-feira, o Corinthians anunciou a saída do Clube dos 13, entidade que representa os clubes em negociações desse tipo. Ontem foi a vez dos dirigentes dos quatro grandes clubes do Rio se afastarem da entidade.

Agora, eles podem negociar diretamente com as emissoras de televisão. A Rede Globo é a atual detentora e a Band, sua parceira na empreitada futebolística. No final de 2010, começou a ser noticiada uma possível negociação do Clube dos 13 com a Rede Record, emissora que vem ameaçando a posição da Vênus Platinada e tem planos muito ambiciosos na busca pela liderança da audiência. A Rede TV! também demonstrou interesse em transmitir o Brasileirão pelos próximos três anos. Emissoras de tv fechada estão de olho na questão dos pacotes pay-per-view.

O que vem sendo ventilado na mídia: “A Rede Record, num lance ousado, ofereceu a possibilidade de alterar o horário da rodada de meio de semana para 20h” (do site O Vermelho, matéria de Marco Aurélio Mello). Uma atitude nesse sentido seria muito interessante para os amantes do futebol que saem tarde das partidas. E para os telespectadores também. Poderiam dormir mais cedo sem perder os grandes lances. Entretanto, seria péssimo para a Globo, pois veria os seus principais programas noturnos, o Jornal Nacional e a novela das nove, competindo com a paixão do brasileiro.

Seria um marco na história da televisão brasileira. A concorrência seria muito acirrada. Há vários anos, a emissora da Família Marinho domina as paradas de sucesso sem ser ameaçada diretamente. Um monopólio que só empobrece a qualidade das programações. Desde as produções da extinta Rede Manchete, do saudoso Adolpho Bloch, ninguém demonstrou estar disposto a tal duelo de modo tão declarado.

Independentemente de quem vença essa briga, o importante é buscar um contrato que faça jus às tradições e merecimentos dos clubes e que respeite o torcedor, com horários acessíveis e rentáveis. O ideal seria uma democratização na distribuição dos direitos, e não a exclusividade.

Isso sim seria pensar no melhor para o telespectador e para o esporte. O futebol brasileiro precisa acompanhar o avanço que o país em si vem vivenciando. Deixar o pensamento mesquinho de tempos nefastos. Focar na valorização do campeonato e deixar de lado as ganâncias individuais.

Afinal, não existe partida com uma equipe apenas, por maior que seja a sua importância.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah! Esse Pinho sempre aprontando das suas!