Por Rufino Carmona
Sabe quando você está diante de alguém desesperado e não sabe o quê dizer à essa pessoa? É dessa forma que eu me sinto agora ao iniciar esse texto. Minha intenção é dar algumas dicas para quem está todo enrolado com dívidas em cartões de crédito, cheque especial, consignados ou mesmo com contas atrasadas. Mas ao me transportar, um único instante que seja, para o íntimo desse alguém, é como se eu sentisse também o mesmo desespero.
Mas tem uma explicação: eu já fui um superendividado. Então, eu guardo, no meu inconsciente, essa sensação ainda, apesar de não vivê-la mais hoje. Vou parar por alguns minutos para me estabilizar, porque ninguém ajuda quem quer que seja estando angustiado.
Ok. Parei por cinco minutos, relaxei, pensei um pouco e resolvi dar apenas duas dicas hoje, até porque não adianta fazer uma lista. Quem está nessa condição não agüenta mais ver listas na frente.
A primeira dica pode parecer meio boba. Mas não é. Você já somou tudo o que deve? Por exemplo: se um gênio da lâmpada lhe perguntasse: “Fulano, de quanto você precisa para pagar tudo o que deve?” Você saberia responder ao gênio? Claro que não estou contando com uma hipótese redentora para você pôr fim às dívidas. Mas é de extrema importância saber o total dela.
Vamos lá: para fazer essa conta não considere, por exemplo, as prestações que ainda estão por vencer. Apesar de serem dívidas que você contraiu, elas ainda não estão atrasadas. Você deve, por exemplo, a quantia que está rolando, há meses, no rotativo do cartão de crédito, os meses de atraso da luz, da água, do telefone, aquelas prestações da escola do seu filho que já venceram, enfim, tudo o que já era para ter sido pago e não foi.
Bem, o segundo passo é eleger o que é prioritário para a sua sobrevivência. Apesar de estar superendividado, você precisa comer e ter água e luz em casa. Essas contas precisam ser quitadas ou, pelo menos, o atraso não pode nunca ultrapassar 60 dias. Senão, você já sabe, não é? Ah! A prestação da casa própria também é prioridade. Senão, você perde o imóvel e tudo o que já pagou.
Na semana que vem, vou seguir com você, passo a passo, sabedores já do montante devido e tendo eleito todas as prioridades para você não correr riscos iminentes de saúde nem de perda de bens.
Que você tenha frieza e paciência para administrar esse momento tão difícil. Mas acredite sobretudo que tem saída. E não falo isso da boca para fora. Como já disse, eu falo por experiência própria.
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