Por Tiberius Drumond e Rufino Carmona
Atire a primeira pedra quem nunca digitou “tb", “kd", “sds”, “tc” ou “vc” num texto formal. Mas ao surgir aquela dúvida foi só “googlar” ou até “guglar”. E já com a resposta em mãos, temos logo que “twittar” ou “facebookar” para ajudar nossos amigos e seguidores e que eles possam compartilhar com os outros nossas descobertas.
Parece esquisito. Mas esses termos invadiram o cotidiano, consequência do avanço da tecnologia e do surgimento da internet. O grande boom da comunicação contribui para que novas palavras e abreviações sejam disseminadas diariamente, o que deu origem ao internetês. Essa nova linguagem não escolhe idade, sexo, raça nem nada. É totalmente democrática e sem discriminações.
Os códigos linguísticos utilizados são ligados geralmente ao ambiente cibernético, com excesso de reduções de palavras, criação de novos verbos e estrangeirismos. São jargões, modos específicos de falar. Além de economizar tempo ao digitar, esse discurso funciona como um status social entre os jovens de um mesmo grupo.
Os adolescentes de hoje são fissurados nessas expressões que já se tornaram corriqueiras. Na rede, pode-se encontrar diversos twitters ou blogs com frases bem peculiares como: “hj tô mt feliz” ou “tb vou, vlw?”. Esse estilo serve como código para troca de mensagens instantâneas, mas não pode ser utilizado numa redação, por exemplo. O internetês pode ser visto como uma simples forma de se comunicar, mas na escrita é encarada como desleixo.
A principal característica da língua é o seu dinamismo. Mas esse tipo de discurso pode ser entendido como vício de linguagem. Por isso, deve-se ter cuidado ao utilizá-lo. Por exemplo, os jargões do futebol são utilizados somente numa narração esportiva ou numa roda de amigos. Já ao elaborar um email para uma oportunidade de emprego, fazer uma prova para concurso ou no vestibular, o resultado pode ser péssimo.
Da mesma maneira ocorre com o internetês. Tudo depende da contextualização. Ou seja, o lugar, a circunstância e as pessoas envolvidas determinam como você deve se comunicar. Não que essas expressões devam ser abolidas, mas deve-se entender que essa linguagem se restringe ao canal de comunicação. Isso tem de ficar restrito ao uso de mensagens instantâneas.
De tanto utilizar o internetês, algumas pessoas acabam se condicionando a escrever desse jeito e transcrevem para o papel, ou em mensagens eletrônicas profissionais, termos que não devem ser utilizados formalmente. Mas para “vc” “ñ” se confundir e “ñ” cair nas armadilhas da língua o conselho é: leia bastante. Leitura é fundamental.
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