terça-feira, 26 de abril de 2011

Mais uma vez, os cariocas são reféns da chuva

 

Por Carlos Pinho

Na tarde de ontem, órgãos do governo do Rio anunciaram a possibilidade de chuva “fraca a moderada”. Mas não foi bem isso o que aconteceu. Muito pelo contrário. A chuva veio com toda a força e os prejuízos causados foram enormes. Pessoas ilhadas em várias regiões do estado não conseguiam voltar para casa. No centro da cidade, existem relatos de várias pessoas que só conseguiram condução às 4 da manhã. Na Tijuca, o rio Maracanã transbordou e uma enxurrada carregou carros, derrubou árvores e assustou moradores. Uma pedra de 600 toneladas caiu na Estrada Grajaú-Jacarepaguá, bloqueando o trânsito. Novamente, a fragilidade do nosso estado ficou exposta frente a um fenômeno natural.

Segundo o governador Sérgio Cabral, em cerca de nove horas, choveu o equivalente a quarenta dias. O curioso é que, ultimamente, quando chove forte, esse comparativo sempre é feito e utilizado como um álibi para isentar o poder público de culpa. Será que já não chegou a hora de reverem esse índice?

A questão é simples. O Rio precisa de um trabalho preventivo sério nessa área. Já passou da hora de se olhar com mais cuidado para esse problema que tem feito um grande número de vítimas com uma freqüência cada vez maior e preocupante.

Nossos governantes têm que cumprir os compromissos que sempre fazem após uma tragédia como a do morro do Bumba, em Niterói. O povo não pode mais sofrer os danos de ficar horas a fio com água até a cintura esperando o seu ônibus. Tampouco correr o risco de perder seus bens ou até mesmo estar sujeito a perder a própria vida por conta de algo que não é mais novidade às autoridades (in)competentes.

A população merece respeito e os nossos políticos precisam discursar menos, esquecer os holofotes e agir mais. Enquanto muitos só falam do que pode vir de bom no amanhã, os cidadãos veem as suas necessidades básicas ficando para ontem.    

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