terça-feira, 17 de maio de 2011

O beijo da revolução

Reprodução da cena do beijo gay de Amor e Revolução do SBT
Por Ribamar Filho

O primeiro beijo gay da teledramaturgia brasileira, exibido na novela Amor e Revolução, do SBT, na semana passada, foi literalmente uma revolução. A cena vai repercutir por muitos anos, mesmo quando o beijo gay for corriqueiro nas telinhas do país. Gol de placa do dono do Baú, sempre na vanguarda. Globo e Record marcaram passo.

Em tevês de países como os Estados Unidos, Canadá, México e em todo o continente europeu, o tema, há muito, já é tratado de forma tão natural que vem derrotando de goleada o preconceito.

Mas, aqui no Brasil, há tempos a cena era só ensaiada. Autores como Aguinaldo Silva, Gloria Perez e Manoel Carlos tentaram, de todo jeito, emplacar o tal beijo. Mas, na hora H, a tesoura da censura entrava em cena e ..... barrava a cena.

Em América, de Gloria Perez, o beijo chegou a ser gravado, mas foi vetado na edição final. Nas novelas Senhora do Destino e Mulheres Apaixonadas, de Aguinaldo Silva e de Manoel Carlos respectivamente, houve até estalinho. Mas ficou por aí.

E eis que, sem tanto estradalhaço, as atrizes Luciana Vendramini e Gisele Tigre marcaram época na trama de Tiago Santiago. Nunca mais a teledramaturgia brasileira será a mesma. O beijo gay da trama do SBT é somente a ponta do iceberg. A tendência é que, daqui em diante, o tema seja tratado com menos pavor. Coitados dos armários.

Vale a pena ver de novo? Claro que vale!

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