sexta-feira, 13 de maio de 2011

Uma viagem pelo Ceará

Pedra furada, na praia de Jericoacoara, uma das principais atrações do litoral cearense.
 
Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.
Patativa do Assaré

O bonde sem freio do favoritíssimo Flamengo, de Ronaldinho Gaúcho, caiu diante da "carroça desembestada" do Ceará, que conquistou sua classificação para as semifinais da Copa do Brasil. E por meio da maior paixão popular do país, o futebol, os olhares incrédulos dos brasileiros se voltam para o Ceará, estado com uma história riquíssima, com grandes serviços prestados à cultura nacional, de belíssimas praias e de uma vasta miscigenação popular.

 Macunaíma, quadro do pintor cearense Aldemir Martins

Celeiro de grandes talentos nas artes, como Chico Anysio, Renato Aragão, Raimundo Fagner, Patativa do Assaré e Belchior, o estado nordestino  ficou historicamente conhecido por sua sociedade rural baseada na pecuária. E apesar desse panorama ter mudado a partir da década de 1960, com o início do processo de industrialização e urbanização na região, o passado camponês manteve as suas raízes na memória popular.

É por isso que ao contrário dos cariocas, que comparam seus times de futebol a veículos como trem e bonde, os cearenses apelidaram o Vozão - como carinhosamente é conhecido o time do Ceará - a uma “carroça desembestada”. Mas, como o futebol é um esporte democrático, a carroça atropelou o bonde.

 Washington comemora o gol que classificou o Ceará na Copa do Brasil.

E vamos terminar a postagem com um Você Sabia:

Você sabia que o Ceará declarou a abolição da escravatura em sua província em 1884, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel? 

 Jornal abolicionista "O Libertador", de 25 de março de 1884.

 Pois é! Uma grande lição para todo o país àquela altura de nossa história.

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