terça-feira, 24 de maio de 2011

O samba, segundo Cyro Monteiro


Por Carlos Pinho

Cyro Monteiro nasceu no bairro do Rocha, zona norte do Rio de Janeiro, em 28 de maio de 1913. Sobrinho de pianista, desde cedo já sabia que seu destino seria a música. Numa das muitas reuniões musicais em que participou na casa do tio, Ciro chamou a atenção de Sílvio Caldas, um dos cantores de maior sucesso na época e que acabou sendo o responsável pelo seu lançamento. Em 1938, emplacou o primeiro sucesso: Se Acaso Você Chegasse, de Lupcínio Rodrigues.  


Mestre do samba sincopado, gênero marcado pelo ritmo quebrado, gingado e pelo fraseado sinuoso, Cyro Monteiro foi a personificação plena do jeito carioca de ser. Com um estilo único de cantar e de batucar na caixinha de fósforo, ficou conhecido como “o cantor das mil e uma fãs”. Pelos amigos, era chamado de “Formigão”.

Em 1956, se aventurou na carreira de ator ao participar da peça “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes. Uma história que ficou muito conhecida e que virou música ("Ilmo. Sr. Cyro Monteiro" ou "Receita para virar casaca de neném", que envolve o cantor Chico Buarque, sua filha, Sílvia Buarque e uma camisa rubro negra). O próprio Cyro conta o “causo”, em entrevista de 1972, sentado à mesa com Sérgio Cabral, Elke Maravilha, Lúcio Alves e Carminha Mascarenhas:


Flamenguista e mangueirense, o carismático cantor tinha grande capacidade em fazer amigos, como relata Vinícius de Moraes na contracapa do álbum Senhor Samba, de 1961: "Uma criatura de qualidades tão raras que eu acho deplorável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Cyro Monteiro. Pois Cyro, para lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade”.

Ciro morreu em 13 de julho de 1973, aos 60 anos.

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