quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dilma "precisou" fazer sua Escolha de Sofia

Dilma e seu ministro preferido

Por Carlos Pinho

O que o suposto enriquecimento ilícito do ministro chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, o código florestal e o kit anti-homofobia têm em comum?

Bem, na verdade, nada. Mas como no “toma lá, dá cá” dos corredores políticos saem as mais surpreendentes negociatas, esses três assuntos tão polêmicos - mas tão distintos - se encontraram na calada da noite.

O combate à homofobia tem sido fruto de muito debate. A bancada LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros) no Congresso, liderada pelo deputado federal, Jean Wyllys (PSol-RJ), encontra muita resistência para avançar nas suas propostas. Nas últimas semanas, assistimos, várias vezes, ao deputado federal, Jair Bolsonaro (PP-RJ), homofóbico assumido, esbravejando pelos corredores do Congresso contra os homossexuais.

Elaborado pelo Ministério da Educação, um dos focos da crítica de Bolsonaro é a cartilha anti-homofobia, chamada por ele de “kit-gay”. Essa cartilha, que está na pauta de discussão no parlamento, seria distribuída nas escolas com o objetivo de estimular os jovens do ensino médio ao debate com relação à diversidade sexual e ao enfrentamento do preconceito. Esse material começaria a circular no segundo semestre desse ano.

Disse começaria, porque o próprio governo da presidenta, Dilma Rousseff, vetou o projeto, alegando que o material faria “propaganda de opção sexual”. Mas tem muito caroço debaixo desse angu. É aí que entram os casos de Palocci e do código florestal.

As acusações sobre o aumento do patrimônio de Antônio Palocci deu força à oposição, que busca, de todas as formas, levá-lo a prestar depoimento. A presidenta, temerosa, iniciou um processo de, digamos, “troca de favores”, a fim de blindar seu ministro de luz mais reluzente, peça-chave de seu governo.

Dilma diz não aos desmatadores

Dentro dessa disputa de interesses, parlamentares ligados aos ruralistas propuseram um acordo com o Executivo: a “anistia” ao ministro pela anistia aos desmatadores. Dilma rejeitou essa hipótese de modo resignado.

Sobrou então para a cartilha anti-homofobia, que sucumbiu diante da barganha entre o governo e a bancada evangélica na corrida desenfreada de novamente varrer a podridão para debaixo do tapete e diante dos olhos míopes do povo brasileiro.

Dessa vez, Dilma não foi tão resignada assim. Vitória da intolerância. Mas também do ministro. E segue a história!

Mas também diz não à cartilha anti-homofobia

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